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PF apreende celulares e computador em apartamento de comandante da PM no governo Pimentel

Militar é acusado de tentar retardar cumprimento de mandados contra ex-governador e mulher dele

24/06/2020 14h16
Por:

Por Itasat

A Polícia Federal (PF) vai analisar três celulares e um computador apreendidos nesta quarta-feira (24), no apartamento de um oficial militar da reserva no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

De acordo com a investigação, o coronel reformado Helbert Figueiró, comandante geral da Polícia Militar (PM) no governo de Fernando Pimentel (PT), é suspeito de prejudicar a Operação Acrônimo. 

Essa operação é desencadeada pela PF e investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio público para financiamento de campanha eleitorais. Fernando Pimentel e Carolina Pimentel, a esposa dele, são os principais investigados nesse inquérito. 

As investigações apontam que, como chefe do gabinete de governo, Figueiró usava a posição para dificultar o acesso dos agentes federais ao palácio. A denúncia foi feita pelo deputado estadual sargento Rodrigues (PTB), em 2016. 

Sargento Rodrigues explica como encaminhou o caso para a superintendência da PF. “Como presidente da comissão de segurança pública da Assembleia, nós recebemos na época uma ligação de um policial militar do gabinete do governador, dizendo que eles receberam instruções expressas de um major da PM, do gabinete militar, subordinado ao coronel Figueiró, que haveria reforço do batalhão de choque. Então, mais 23 militares do batalhão de choque estariam indo fazer a segurança do governador. Naquela instrução, na época, o major disse com todas as palavras: Esse reforço do policiamento do batalhão de choque, que não é usado na segurança do governador, é para fazer barreiras e para montar perímetros para que a Polícia Federal seja abordada antes e que dê tempo do governador e sua esposa (Carolina Pimentel) possa empreender fuga. Assim, não chegue a cumprir nenhum mandado de prisão antes que eles sejam avisados”, explicou o deputado.

O deputado estadual concluiu que a intenção era justamente retardar a chegada da Polícia Federal para cumprimento de busca e apreensão de documentos ou prisão do casal.  

“Também tem uma outra denúncia que diz que o governador também era avisado quando uma aeronave da Polícia Federal, oriundas de outros Estados, chegava ao aeroporto de Confins. Quem tem acesso a Anac e a aeroportos é exatamente o gabinete militar do governador”, detalhou o parlamentar.  

O governador Fernando Pimentel diz não comentar sobre o assunto porque ele não tem conhecimento da investigação da Polícia Federal, mas declarou que nunca recebeu informações privilegiadas a operações da PF.