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Complicações

Polícia indicia médico por homicídio doloso de jovem que morreu após cirurgias plásticas

Edisa Soloni, de 20 anos, realizou os procedimentos em setembro do ano passado na clínica Belíssima, na Savassi

15/05/2021 09h18
Por:

Por Itasat

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o médico Joshemar Fernandes Heringer por homicídio doloso, ou seja, quando se assume o risco de matar. Ele realizou três cirurgias plásticas em Edisa Soloni, de 20 anos, em setembro do ano passado na clínica Belíssima, na Savassi, zona Sul de Belo Horizonte. A jovem morreu após complicações nas cirurgias. 

O delegado Vinícius Dias, que investigou o caso, afirma que a Polícia Civil chegou até essa conclusão principalmente após o trabalho técnico com os laudos. “Foram realizados três laudos periciais no corpo da vítima, um do Instituto Médico Legal, o laudo necropsial, e o laudo indireto baseado no atendimento dela do hospital Mater Dei e verificou várias irregularidades que foram praticadas pelo médico, dentre elas o tromboembolismo pulmonar provocado por partículas de gordura no pulmão e a falta de atendimento médico emergencial por parte da clínica.”

O delegado diz ainda que o médico não tinha qualificação para fazer as cirurgias. “Ele se intitulava cirurgião plástico não tendo a qualificação do RQE (Registro de Qualificação de Especialização) e muito menos certificado da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica, então ele não tinha habilidade para fazer esse tipo de procedimento.”

Dias ressalta que um laudo apresentado pela paciente antes da cirurgia mostrava que ela tinha uma disfunção em uma válvula do coração, o que pode ter contribuído para a morte. “Essa disfunção, segundo a perícia, com risco médio, poderia ser agravada dependendo da situação da paciente e o médico tinha ciência desse risco cirúrgico. Esse risco não foi o causador primordial da morte dela, pode ter potencializado, uma vez que ela deu entrada no CTI já com alto grau de falta de oxigênio nos pulmões assim como o grau de saturação bem elevado quando ela foi encaminhada para o Hospital Felício Roxo.”

O caso será encaminhado para o juiz sumariante e após isso o médico pode se tornar réu e ser encaminhado para o tribunal do júri.