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Porta-voz da PM diz que Minas dá ‘resposta rápida’ e rebate deputada que contestou mortes durante operação contra 'Novo Cangaço'

Capitão Layla Brunela rebateu posição da deputada que contestou ação da polícia que deixou 25 pessoas mortas

01/11/2021 08h39
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Por Itasat

A capitã e porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, Layla Brunela, disse em entrevista exclusiva a Rádio Itatiaia que o foco da operação contra o “Novo Cangaço”, no Sul de Minas, foi proteger a população. Ela também rebateu a deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL/MG), que questionou a morte das 26 pessoas durante o confronto com os policiais.

“Vale ressaltar que a opinião é livre. Respeitamos. Mas, acredito que a deputada não é técnica no assunto. Não conhece, a fundo, a PM. Uma ação de sucesso da Polícia Militar é aquela que preserva a vida do cidadão de bem, do trabalhador. E foi assim que ocorreu. Os policiais tiveram a vida preservada, assim como a população”, disse a porta-voz da PM. 

Layla Brunela diz que militares do 34° Batalhão vão continuar atentos a possíveis comparsas da quadrilha que possam aparecer na região e diz que o bando não se desfez, mas que levou um duro golpe. “É uma quadrilha enraizada em todo país. Então, demos um duro golpe. Havia uma parte significativa de integrantes ali. Em Minas, esse tipo de delito [roubo a agências bancárias] caiu 90% nos últimos anos. Aqui, damos uma resposta rápida a esse tipo de crime. A prioridade das ações não é o patrimônio, que fica em segundo plano, mas preservar a vida das pessoas”, argumentou.

Sobre a continuação das investigações, a capitã explicou que as investigações continuam. “Todos os levantamentos agora ficam a cargo da Polícia Civil e da Polícia Federal. Até ontem [domingo], estávamos ainda lavrando o Boletim de Ocorrência, que teve que ser bem detalhados. Agora, a Civil e a Federal devem investigar os comparsas, empresas, agências bancárias e quem mais possa estar envolvido”.

O que disse a deputada

A deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL/MG), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) cobrou que as mortes de 25 suspeitos de a quadrilha sejam apuradas. 

A deputada classificou o episódio como “muito triste” e se solidarizou com moradores e afetados. "É lamentável, sou solidária as famílias, eu me coloco no lugar das 25 mães que hoje estão chorando seus filhos mortos. Nós vamos cobrar que haja apuração dos fatos. Uma operação policial exitosa é uma operação que não deixa óbitos para trás. Mas, infelizmente no Brasil, a nossa juventude negra continua tendo a pena de morte como a única alternativa. Elas não têm acesso ao devido processo legal. Garantir que essas pessoas pudessem responder e serem responsabilizadas pelo crime que cometeram, é extremamente importante". 

Entenda o caso

Uma quadrilha do novo cangaço entrou em confronto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar (PM) neste domingo (31). A ação ocorreu em um sítio nos arredores de Varginha, no Sul de Minas, e deixou 25 bandidos mortos, além de vários feridos.

Conforme a PM, esta é a maior operação realizada contra o novo cangaço na história do Brasil. Os criminosos estavam fortemente armados com pelo menos dez fuzis, uma escopeta calibre 12 e vários explosivos. Dentre as armas, os bandidos possuíam metralhadoras ponto 50, capazes de derrubar até aeronaves.