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MONTES CLAROS

Mãe que agrediu a filha de 7 anos com fio de extensão é indiciada por tortura

O padrasto da criança, que filmou as agressões sem ajudar a menina, acabou indiciado por extorsão; ele disse que não socorreu a criança porque ela não era filha dele

28/04/2020 13h56
Por:

Por O Tempo

 

Detida por espancar a própria filha de 7 anos com um fio de extensão em Montes Claros, na região Norte de Minas Gerais, uma mulher de 25 anos acabou indiciada, nessa segunda-feira (27), por torturar a criança. As agressões ficaram registradas em um vídeo feito pelo ex-padrasto da menina. A Polícia Civil o indiciou pelo crime de extorsão, por ter ameaçado usar a gravação para fazer a ex-mulher retomar o relacionamento amoroso, e também por tortura. Aliás, ela tinha uma medida protetiva contra ele.

A criança aparece nas imagens sendo atingida sucessivas vezes por golpes da própria mãe que usa um fio de extensão para atacá-la. A mulher também agride o rosto da menina com tapas, e dá socos na cabeça dela. A garota sofreu lesões na boca, no tórax e nas pernas.

Durante as investigações, a suspeita alegou que essa era a primeira vez que agredia a filha. Ela tentou se justificar e declarou que a menina tinha pegado seu dinheiro escondido e, por isso, a teria castigado. O ex-padrasto da criança, responsável por gravar o vídeo com a tortura sem sequer ajudar a menina, alegou que, na verdade, a mãe agrediu a filha porque ela tinha pegado preservativos para brincar. Aliás, o suspeito tentou também explicar o porquê de não ter socorrido a criança. Segundo ele, não ajudou a menina porque ela não era filha dele.

De acordo com a Polícia Civil, a mulher não tinha passagens pela polícia, ao contrário do homem que possui registros por ameaças e crime de trânsito. A delegada Mônica Brandi, responsável pelo inquérito, declarou que as provas do crime são inquestionáveis.

Ela incentiva que a população sempre denuncie nesse tipo de caso: “a Polícia Civil reforça a importância da população em denunciar crimes praticados contra crianças no seio familiar. Os pais têm o dever de zelar pelo bem-estar dos filhos, excessos devem ser denunciados e investigados pelos órgãos competentes”.

Após ser submetida a uma avaliação psicológica e psiquiátrica, a criança foi entregue aos cuidados da tia materna e é acompanhada de perto pelo Conselho Tutelar.

Crime

A sessão de tortura contra a criança aconteceu em 13 de abril. De acordo com o ex-padrasto da menina, apesar de estar separado da mulher e dela ter uma medida protetiva contra ele, ele foi à casa onde ela mora com as crianças no dia do crime para levar leite para os dois filhos que o casal têm. Chegando lá, ele presenciou as agressões e as filmou com o intuito de chantagear a ex-companheira para que eles retomassem o relacionamento amoroso. Segundo levantamento da Polícia Civil, os dois estavam separados há cerca de um ano.

A gravação mostra a mãe da menina muito nervosa e agressiva. O nariz e a boca da criança sangram enquanto ela pede para que a mãe pare de bater nela. A mulher continua a atacar a filha e chega a jogá-la no chão, puxá-la pelos cabelos e bater o corpo dela, que tem apenas 7 anos, em uma cama. Ao longo do vídeo, a mulher diz que está cansada de mentiras. Do outro lado da câmera, o ex-padrasto também pressiona a criança e diz que ela está mentindo para a mãe.

Antes das imagens encerrarem, a menina conta que pegou alguma coisa e que deu para uma outra criança jogar fora. Durante o inquérito, a mãe alegou que a filha pegou dinheiro escondido, o padrasto deu uma versão diferente e garantiu que a mulher agredia a filha pelo fato da menina ter pegado camisinhas para brincar.

A filha da agressora precisou ser levada ao Instituto Médico Legal (IML) de Montes Claros. À Polícia Militar, a garota contou que já tinha sido agredida outras vezes. Mas, depois de ter falado com familiares, ela mudou a versão e disse que essa era a primeira vez que a mãe a espancava.